Por Débora Silveira e Kamille Queirós
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Fonte: Reprodução |
O projeto inicial feito pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), juntamente com o Governo Federal, segundo o diretor regional do DNOCS daquela época em entrevista, Cássio Borges, era que fossem construídas 3 barragens “mãe” espalhadas por todo o estado do Ceará. Essas seriam as barragens: Orós, Banabuiú e Castanheiro.
Entretanto em 1985, surgiu a ideia da construção de uma única barragem, a do Castanhão. Cássio Borges relata em seu livro “A Face Oculta da Barragem do Castanhão: em defesa da engenharia nacional” a sua tese, que seria de ao invés de concentrar a água num ponto só (o Castanhão), ela fosse distribuída parcialmente através de 12 barragens de porte médio, sem que a população da antiga Jaguaribara fosse atingida.
Mesmo assim, ficou determinada a construção do Castanhão e em 1995 as obras foram iniciadas. A justificativa era o controle das secas e das cheias que atingiam a região do Vale do Jaguaribe. Com a construção, as famílias que moravam na antiga Jaguaribara, tiveram que se mudar para a nova sede de Jaguaribara e, com isso, tirar suas rendas da piscicultura.
Esse post faz parte do especial #Jaguaribara19anos, do Jaguaribara em Foco, em homenagem à mudança de sede da cidade, ocorrida em setembro de 2001.
Por Débora Silveira e Kamille Queirós
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Fonte: Reprodução |
O projeto inicial feito pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), juntamente com o Governo Federal, segundo o diretor regional do DNOCS daquela época em entrevista, Cássio Borges, era que fossem construídas 3 barragens “mãe” espalhadas por todo o estado do Ceará. Essas seriam as barragens: Orós, Banabuiú e Castanheiro.
Entretanto em 1985, surgiu a ideia da construção de uma única barragem, a do Castanhão. Cássio Borges relata em seu livro “A Face Oculta da Barragem do Castanhão: em defesa da engenharia nacional” a sua tese, que seria de ao invés de concentrar a água num ponto só (o Castanhão), ela fosse distribuída parcialmente através de 12 barragens de porte médio, sem que a população da antiga Jaguaribara fosse atingida.
Mesmo assim, ficou determinada a construção do Castanhão e em 1995 as obras foram iniciadas. A justificativa era o controle das secas e das cheias que atingiam a região do Vale do Jaguaribe. Com a construção, as famílias que moravam na antiga Jaguaribara, tiveram que se mudar para a nova sede de Jaguaribara e, com isso, tirar suas rendas da piscicultura.
Esse post faz parte do especial #Jaguaribara19anos, do Jaguaribara em Foco, em homenagem à mudança de sede da cidade, ocorrida em setembro de 2001.
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Foto: Reprodução |
A imagem mostra a vista aérea da velha Jaguaribara, que reapareceu devido a seca que atinge o semi-árido nordestino. A Barragem do Castanhão está em estado de calamidade devido a falta de chuvas, e ainda enfrenta rachaduras em sua estrutura.
A obra foi iniciada em 1995, durante o governo de Tasso Jereissati, e concluída em 23 de dezembro de 2002, pelo governador Beni Veras (PSDB), numa parceria entre a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará - SRH-CE e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS.
A barragem Castanhão foi inicialmente pensada pela família Cunha. Principalmente pelo Sr. José Holanda Cunha figura conhecida que comandava a oligarquia da região na época. A família Cunha era dona das terras da fazenda Castanhão (que deu nome ao açude, por cobrir suas terras quase por inteiro) e o povoado conhecido como "Boqueirão do Cunha" onde o açude se encontra atualmente.
Durante a construção do açude foi necessário remover a antiga sede do município de Jaguaribara, que ficou sob as águas. Em substituição à cidade submersa, foi construída a cidade de Nova Jaguaribara.
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Foto: Reprodução |
A imagem mostra a vista aérea da velha Jaguaribara, que reapareceu devido a seca que atinge o semi-árido nordestino. A Barragem do Castanhão está em estado de calamidade devido a falta de chuvas, e ainda enfrenta rachaduras em sua estrutura.
A obra foi iniciada em 1995, durante o governo de Tasso Jereissati, e concluída em 23 de dezembro de 2002, pelo governador Beni Veras (PSDB), numa parceria entre a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará - SRH-CE e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS.
A barragem Castanhão foi inicialmente pensada pela família Cunha. Principalmente pelo Sr. José Holanda Cunha figura conhecida que comandava a oligarquia da região na época. A família Cunha era dona das terras da fazenda Castanhão (que deu nome ao açude, por cobrir suas terras quase por inteiro) e o povoado conhecido como "Boqueirão do Cunha" onde o açude se encontra atualmente.
Durante a construção do açude foi necessário remover a antiga sede do município de Jaguaribara, que ficou sob as águas. Em substituição à cidade submersa, foi construída a cidade de Nova Jaguaribara.
Antigos moradores, removidos de Jaguaribara em 2001, revivem lembranças.
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Antigo morador olha ruínas da cidade -
Marilia Camelo/O Globo
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— Passa muita coisa na cabeça, ao ver as ruínas da cidade onde a gente nasceu, o local da igreja, a praça... Nas barreiras do Jaguaribe, muitas infâncias passaram, tomaram banho de rio, pescaram, pegaram rouxinol, essa era nossa vida. Hoje, não temos mais nada disso. Já, já aparece o Jaguaribe, daí vem a tristeza maior - diz o funcionário público Francisco Isac da Silva, de 63 anos.
— Nesses 12 anos já morreu muita gente, que não dá pra contar, a maioria de tristeza, a tal da depressão... Quando nos mudamos para a cidade nova, as pessoas não tinham aquele sentimento de pertence. Até os gatos ficaram perdidos dentro da cidade, sem saber das casas, pois não estavam mais no mesmo lugar, nem eram as mesmas, até os animais perderam a identidade" - conta Jesus Carneiro Freitas, de 42 anos.
Segundo o agricultor Raimundo Moreira Pessoa, de 79, a antiga Jaguaribara vivia da agropecuária e pesca. Já a atual tem como base da economia a piscicultura. Os moradores, porém, dizem que os peixes estão morrendo e a terra não serve para plantar.
Veja a reportagem produzida pelo O GLOBO com os antigos moradores:
Antigos moradores, removidos de Jaguaribara em 2001, revivem lembranças.
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Antigo morador olha ruínas da cidade -
Marilia Camelo/O Globo
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— Passa muita coisa na cabeça, ao ver as ruínas da cidade onde a gente nasceu, o local da igreja, a praça... Nas barreiras do Jaguaribe, muitas infâncias passaram, tomaram banho de rio, pescaram, pegaram rouxinol, essa era nossa vida. Hoje, não temos mais nada disso. Já, já aparece o Jaguaribe, daí vem a tristeza maior - diz o funcionário público Francisco Isac da Silva, de 63 anos.
— Nesses 12 anos já morreu muita gente, que não dá pra contar, a maioria de tristeza, a tal da depressão... Quando nos mudamos para a cidade nova, as pessoas não tinham aquele sentimento de pertence. Até os gatos ficaram perdidos dentro da cidade, sem saber das casas, pois não estavam mais no mesmo lugar, nem eram as mesmas, até os animais perderam a identidade" - conta Jesus Carneiro Freitas, de 42 anos.
Segundo o agricultor Raimundo Moreira Pessoa, de 79, a antiga Jaguaribara vivia da agropecuária e pesca. Já a atual tem como base da economia a piscicultura. Os moradores, porém, dizem que os peixes estão morrendo e a terra não serve para plantar.
Veja a reportagem produzida pelo O GLOBO com os antigos moradores: